Por Felipe Rocha, professor convidado

No segundo artigo desta série, expliquei um pouco como o uso das redes sociais ajuda a humanizar a saúde, utilizando as características da Web 2.0 para criar uma Saúde 2.0.

O Orkut é a rede social mais utilizada no Brasil. Estima-se que em torno de mais de 60% dos usuários do Orkut sejam Brasileiros. Segundo o Alexa, o Orkut é o segundo site mais acessado do Brasil, ficando apenas atrás para o buscador Google, que é a página inicial da maioria dos internautas. Ou seja: de fato, o Orkut é o site mais acessado do Brasil.

Google, redes sociais, ATM e a saúde 2.0

Google, redes sociais, ATM e a saúde 2.0

Para algumas pessoas, o Orkut é só um site onde pessoas desocupadas ficam bisbilhotando a vida dos outros. Mas para outra grande parte dos usuários do Orkut, este site é um site onde é possível procurar respostas, fazer pesquisas, criticar empresas e resolver problemas.

Dessa forma, o Orkut tem se tornado um grande aliado para os pacientes e profissionais de saúde para uma humanização da saúde. Pretendo me focar nos pacientes, neste artigo, para no próximo falar um pouco sobre os profissionais de saúde.

Os pacientes, através do Orkut, podem encontrar comunidades de pessoas que sofrem do mesmo problema e com isso compartilhar, ajudar, colaborar com a divulgação da informação. Além disso, através do Orkut o paciente pode encontrar vários profissionais de saúde e tirar dúvidas, buscar indicações, buscar informações profissionais. Pode também adicionar os médicos em sua lista de amigos, permitindo ao médico saber mais sobre o paciente, fazer parte de seu meio, vê-lo mais como um ser humano integral, e não como apenas um número, segmentado. A relação médico-paciente se torna uma relação que antes só podia ser vista na época em que existiam os médicos de família, que eram os médicos que almoçavam na casa dos pacientes, iam para as comemorações, sabiam do comportamento das pessoas e de toda sua vida. No mundo contemporâneo, o médico da família pode voltar a existir, graças a Web 2.0, e no Brasil, graças ao Orkut.

Muitos podem argumentar erroneamente que dessa forma o Orkut pode se tornar uma espécie de consultório médico e ainda mais, facilitar a automedicação.  É um argumento de pessoas que desconhecem a Web 2.0, pois é preciso lembrar que é neste ambiente que é possível a transparência, a troca e comparação de informação e a construção do conhecimento maduro. Sendo assim, os profissionais de saúde sérios que se encontram no Orkut não utilizam esta ferramenta para atender, mas sim, para informar, conscientizar.  A questão da automedicação, que mata mais de 20 mil pessoas por ano no Brasil, é semelhante. Várias pesquisas foram feitas sobre a automedicação e pode-se concluir que a principal causa é a falta de informação. E nada melhor para combater a informação do que o uso de ferramentas 2.0 como o Orkut para dar aos pacientes informação e confiabilidade para que ele não se trate inadequadamente. Ou seja, ferramentas como o Orkut são ferramentas que ajudam a combater o problema da automedicação e da frieza e distancia entre o médico e o paciente.

Interação e informação

Dr.2.0

Foi publicado no New York Times e comentado pelo portal Globo.com uma reportagem que diz que a desconfiança está abalando a relação médico-paciente. Sugiro a leitura deste artigo (o original e o da Globo.com) e da relação com as vantagens que o Orkut oferece, que cito aqui. Recomendo também um comentário sobre o artigo do NYTimes feito no blog Ecce Medicus. Ajuda a refletir e a reformular nossos conceitos sobre ferramentas como o Orkut e como elas humanizam a saúde.

Mas enfim, como o paciente pode então aproveitar o Orkut ao máximo, em prol da boa saúde e da saúde 2.0?

O próximo post conterá as dicas que respondem a questão acima. Nos vemos lá!

Para saber mais:

Web 2.0 e Saúde 2.0: Como entender o mundo em que vivemos hoje? – Parte 1

Web 2.0 e Saúde 2.0: Como entender o mundo em que vivemos hoje? – Parte 2