Em postagem anterior, mencionei que iria relatar minha experiência pessoal com o DioSport. Pois bem, então preciso contar um pouquinho sobre minhas atividades esportivas..

Quem me conhece, sabe que pratico artes marciais há mais de 20 anos, mas devido ao meu peso corporal (peso apenas 60kg), sempre busquei algum tipo de trabalho que me deixasse melhor preparado fisicamente, pois frequentemente os meus colegas de treino possuem 20, 30 ou até 40kg a mais que eu. Foi aí que após muitas tentativas entre musculação e treinamento funcional (sem as respostas que eu esperava), que me deparei, em 2013, com o Powerlifting, um esporte que eu não conhecia. O Powerlifting, ou levantamento de peso de potência é diferente do fisiculturismo (cuja versão popular praticada nas academias é a famosa “musculação”) e do levantamento de peso olímpico (LPO). Assim, comecei a estudar o tema, fiz um curso e comecei a praticar os levantamentos básicos seguindo um  programa para iniciantes.

Bom, mas o que isto tem a ver com um blog sobre Patologia da ATM???

Simples: há uma estreita relação  entre ATM e a performance esportiva!!! Como vocês podem perceber se clicarem nos links sobre postura e este sobre otimização de performance.

Mas à parte, de toda à questão científica, na prática, o resultado é significativo? Vale à pena?  Faz diferença?

Bom, como gosto muito de metodologia científica e tenho uma base razoável em estatística (que pelo menos dá para o gasto! rsrs), estou sempre atento ao que vem sendo publicado no mundo a respeito desse tema, mas assim como as técnicas de tratamento de patologia da ATM, eu sempre sinto a necessidade ter a minha experiência pessoal. No caso da ATM, muitos não sabem, mas eu sou paciente também e passei por todo o processo de tratamento, pois também tenho um tipo de artropatia da ATM. Aliás, todos os recursos de tratamento que ofereço aos meus pacientes, eu experimentei, de modo a entender perfeitamente todas as dificuldades e benefício do tratamento. Isso não só me deixa mais seguro, como muitos pacientes e amigos comentam o mesmo.

Assim, não poderia ser diferente com a prática esportiva e, metódico como sou, comecei a fazer registros de cada sessão de treinamento, bem como sob quais condições havia treinado. No powerlifting, um dos exercícios de competição que mais me identifico é o levantamento terra, considerado um dos mais completos pela forma como recruta grandes cadeias musculares e serve de base para outras modalidades como o LPO.

Portanto, comecei a registrar os meus levantamentos em variadas situações: com o dispositivo intra-oral, sem o dispositivo, com um dispositivo que estava descalibrado e até mesmo em uma situação especial que foi quando machuquei o tornozelo em abril deste ano. Abaixo, pode ser visto o gráfico de meus levantamentos:

Os levantamentos de um a três compõe a rotina de aquecimento. De quatro a cinco são as tentativas bem sucedidas de repetição única, ou seja, um levantamento válido. Caso houvesse uma falha, o levantamento era anulado, um descanso padronizado de 10min era feito e logo depois nova tentativa com redução do peso da barra.  Como se pode ver, a melhor sessão de levantamento ocorreu com o DioSport (em azul) quando consegui levantar 143kg!!!

Observem que sem o dispositivo, ao fazer o levantamento, o reflexo de apertar os dentes sem haver conforto na mandíbula resultou no pior dos resultados (linha amarela). Pior até que quando estava com o tornozelo machucado!

Observem também, que estar com um dispositivo intra-oral descalibrado (linha marrom) que produz um pequeno desalinhamento entre os planos musculares e o dento-esquelético, produziu um déficit na minha capacidade de fazer força similar ao produzido pela lesão do tornozelo, que está na base de sustentação da posição do corpo!!!!

Eis aqui meu último levantamento com 325lb (147kg):

Somado aos outros levantamentos do powerlifting (supino e agachamento), esses números me renderam a 16ª posição no ranking geral do Stronglift, uma comunidade privada on-line que reúne aproximadamente 14 mil levantadores de peso amadores.

Assim, do ponto de vista da minha experiência pessoal  é certo que fez muita diferença (para quem quiser discutir efeito placebo ou real, sugiro ler os artigos do link sobre otimização de performance).